sexta-feira, 10 de outubro de 2014

Diário de uma ex-Obreira - Capitulo 18


Na Terça-Feira na reunião de libertação, lá estava eu como membro assistindo a reunião. Dois obreiros e o pastor vieram fazer oração forte com imposição de mãos na minha cabeça, na hora me deu muita vontade de chorar e eu não pude conter as lagrimas. A pouco tempo atras era eu ali orando pelas pessoas, agora eu retrocedi, sou eu a receber a oração. Esta todo mundo achando que eu estou com demônio, e isso me deixava com raiva. Porque ninguém acredita em  mim? Por que acham que u tenho um demônio no corpo? Talvez eu tenha mesmo, o que eu fiz não foi atitude de mulher de Deus. Mas ninguém tinha o direito de me julgar. No final da reunião vieram alguns obreiros conversar comigo, cada um a sua hora, mas todos com as mesmas perguntas que me dilaceravam a alma. "Você esta bem Drica? Se precisar de alguma coisa pode contar ta? Estou orando  por você Drica...".
Sim, provavelmente todos eles tinham a intenção de me ajudar, mas isso me fazia me sentir ainda pior. "Nunca vieram falar comigo antes, porque estão falando agora? Acham que sou uma perturbada."

Na quarta feira era santa ceia, olhar todos aqueles obreiros ali na minha frente, enfileirados, todos tão sérios mas transmitindo uma imensa alegria, com os elementos na mão. Como eu amava servir santa ceia, para mim sempre foi uma honra muito grande, uma satisfação imensurável, mas naquele dia eu não poderia, talvez não teria esta honra nunca mais, as lagrimas foram aos poucos surgindo em meu olhar, tentei conte-las mas foi em vão. É como se eu sentisse inveja da queles obreiros, não era uma sensação boa, era algo que me doía muito por dentro. Desabei na hora da busca do Espirito Santo, fui sincera com Deus, mas eu me sentia suja, não me achava digna do perdão de Deus. Naquele momento Deus me perdoou pela minha sinceridade, mas eu não! Eu não me perdoei.

Domingo de manha não foi muito diferente, pessoas que sempre foram minhas amigas, como a Mariana e a Gabi, nem me cumprimentavam, evitavam sentar até na mesma fileira do banco que eu. E pessoas que nunca falavam comigo antes, agora vinham oferecer ajuda, mas aquela ajuda me soava como hipocrisia. Porque no final todo mundo estava me tratando diferente. E assim permaneceu no decorrer dos dias, sempre que eu ia para igreja, algo me fazia me senti mau. Mas eu não iria desistir, iria enfrentar tudo isso de cabeça erguida. Tinha pra mim que eu não estava ali para servir ao homem e sim a Deus, e não deixaria isso me abalar, mas a quem eu estava enganando? eu ja estava abalada.

CONTINUA...

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