quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Final!


A proposta parecia ser muito importante, o Flávio não quis falar por telefone, então marcamos de nos encontrar na minha igreja mesmo, para poder conversar. Avisei meu pastor com antecedência que eu iria lá e conversaria com o Flávio, ele permitiu, mas disse que ficaria por perto.  Cheguei antes do Flávio, e enquanto esperava ele chegar, para ajudar a me distrair e diminuir o nervosismo, fui fazer ponto de fé na porta da igreja. Peguei alguns jornais, e parava as pessoas que passavam na rua, quando avistei o Flávio vindo em minha direção. Tive na hora uma sensação de Déjà vu, da primeira vez que nos encontramos, mas dessa vez quem estava com os jornais na mão era eu.

Entramos na igreja e sentamos nos bancos para conversar, o pastor nos observava de dentro da salinha de obreiro. O Flávio estava bastante sério, e aparentemente nervoso, suas mãos suavam e ele não parava de estalar os dedos, mordia os lábios enquanto me encarava fixamente nos olhos, foi quando finalmente tomou coragem e disse.

- Drika, apesar de ter voltado a pouco tempo para a obra, somando o tempo anterior já estou a bastante tempo na obra e o bispo já conhece meu trabalho, e então me chamou para poder ir pra fora com ele junto com outros pastores.

Para fora? Não poderia ser o que eu estava pensando, logo agora que nos reencontramos ele vai pra fora do pais? Mais uma vez vou ter que sofrer com a dor da separação?

- O Bispo quer que eu vá para Portugal com ele. O Bispo Jean vai tomar conta de Portugal e selecionou alguns pastores para poder ir com ele, inclusive a mim.

Lagrimas começaram a descer sobre meu rosto naquele momento, eu não esperava por isso, me senti uma tola naquele momento. Como eu fui boba em acreditar que poderíamos ficar juntos novamente.  

- Calma meu amor, ainda não terminei de falar, não precisa chorar... - Todos os pastores que vão já são casados, a maioria regional, e ainda assim o bispo me escolheu, Deus esta contando comigo Drika!

- Ta ligado Flávio, fico muito feliz por você. Você merece...
- Eu ainda não terminei Drika, não se precipite. Como eu sou o unico pastor solteiro da lista, o bispo disse que se eu tivesse alguém especial, ele liberaria meu casamento, e eu falei de você, ele quer te conhecer ainda hoje.

Não pude acreditar no que estava ouvindo, me casar? este era meu maior sonho, nada poderia me fazer mais feliz naquele momento. E então imediatamente fui junto com o Flávio para a entrevista com o bispo. Acho que pelo fato de ter sido tão em cima da hora, nem tive tempo de ficar nervosa, pelo contrario, estava segura. Servir a Deus no altar e ainda com o homem que eu amo seria a maior realização da minha vida. Eu sei que não vai ser nada fácil, que é um caminho arduo que só permanece quem tem o verdadeiro chamado. Que eu teria que me despir de toda vaidade, do meu ego, de orgulho, e engolir muitos sapos. Mas eu venho me preparando para isso por anos.Era o sonho de Deus se realizando em minha vida.

Conversei com o bispo durante horas, ele me perguntou sobre absolutamente tudo, sobre minha família, talentos, profissão, estudos, minhas história com o Flávio, minha história como obreira, minhas amizades, se eu já tinha viajado pra outro pais... Foram tantas perguntas que cheguei a ficar tonta, mas ao final o bispo liberou nosso casamento.

Foi muita correria, mas nos casamos em três meses, e viajamos para Portugal no dia seguinte do nosso casamento. Mau tivemos tempo para a lua de mel, mas a obra de Deus é assim mesmo, abrir mão do que queremos, para fazer o que Deus quer. Quem diria que isso tudo aconteceria comigo? Quem diria que eu e o Flávio Voltaríamos a ficar junto?  Parecia impossível e aos olhos humanos era impossível mesmo, mas como diz a canção, "O impossível é pra quem não tem um sonho, e não crer que pela fé tudo é capaz!"


FIM!!!

Diário de uma ex- obreira - Capitulo 51 - Penúltimo Capitulo


Fiquei olhando aquele papel com o telefone do Flávio por horas, e depois por dias, não tive coragem de ligar pra ele. Desse vez teria que começar da maneira certa, só de pensar de sofrer tudo de novo meu coração se apertava, foi doloroso de mais quando o Flávio me deixou, não poderia correr o risco de passar por isso novamente. Quando terminamos, foi a pior dor que senti em toda minha vida.Mas apesar de não sofrer mais por ele e Deus ter confortado meu coração, quando eu o vi lá no evento, tive a certeza, eu nunca havia o esquecido.

A maioria das pessoas na nossa situação teriam seguido a vida em frente, encontrado outra pessoa, mas nem eu nem o Flávio se quer tentamos namorar outra pessoa, mesmo depois de tanto tempo. No fundo sabíamos que o nosso coração pertencia um ao outro.

O Flávio não pegou meu telefone, então se eu quisesse, eu teria que ligar, então depois de algumas semana resolvi ligar:

- Alo, Flávio?
- Pensei que não me ligaria nunca. O celular não saiu da minha mão des que nos vimos da ultima vez, cheguei até a pensar que o celular estivesse estragado, rsrsrs. Esta tudo bem com você meu amor?

Ele me chamou de "meu amor", como pode depois de tanto tempo sem nos falar, sem nos ver, continuarmos nos falando com tanta intimidade, com tanto carinho? Começamos a conversar e quando dei por mim já estávamos a trés horas no telefone, mas parecia minutos.

-Drika, você ainda me ama? Ainda quer passar o resto dos seus dias ao meu lado? Você me perdoa por ter te deixado?
- Sim, eu perdoo, sei que você fez isso por mim. E sim, ainda te amo, e ainda mais do que amei antes. O que é o amor se não sacrificar o que queremos pelo bem do outro? E foi exatamente o que você fez por mim. Te amo Flávio.
- Ótimo, então tenho uma proposta para te fazer.

CONTINUA..

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 50



Disse pro Flávio que precisava ir, na esperança que ele não apresentaria resistência, eu não estava pronta pra conversar com ele, não sabia o que dizer, mas o Flávio insistiu em me acompanhar até onde o obreiros estava, e eu acabei cedendo.

No caminho ele começou a me contar tudo o que tinha acontecido, des que terminamos e ele voltou para a casa dos pais. Eu tentei contar o que tinha acontecido comigo também, mas ele disse que não precisava, que já sabia tudo sobre mim.

- Drika, eu prometi nunca te deixar, e nunca te deixei. Sei de tudo o que aconteceu com você des que eu parti, você não me via, mas de alguma forma, eu sempre estive por perto.

Ele me contou que assim que chegou na igreja da cidade começou a fazer as aulas de candidato a obreiro, e em poucos meses já era obreiro novamente, logo pegou a liderança do grupo de evangelização e a reunião de quinta-feira e a de sábado pra fazer, e a poucas semanas tinha voltado pro altar, e por esse motivo acabou perdendo o contato com o Obreiro Paulo, mas ainda assim, ele sempre dava um jeito de saber como eu estava, e estava extremamente feliz em saber que eu tinha voltado de obreira e estava bem. Foram só alguns minutos conversando, mas o suficiente para a intimidade que tínhamos antes voltar, parecia que nunca havíamos nos separado.  O Flávio disse que estava auxiliando numa igreja não muito longe da capital, e deixou o número de telefone dele caso eu resolvesse ligar.

Encontrei com o obreiro Guilherme e a senhora que me esperavam e fomos embora, liguei pro pastor avisando que já estava tudo bem e após deixar ela em casa, fui embora para minha casa. O Flávio foi ao encontro do ônibus da igreja que ele estava de auxiliar, e eu fui o acompanhando com os olhos até o perder de vista.

CONTINUA...

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 49


Eu estava exausta de mais, e já estava caminhando a alguns minutos, minhas pernas começaram a se negar a andar, o sol continuava muito quente, e minha pressão parecia que estava baixando, por um instante achei que iria desmaiar, procurei um lugar para me apoiar mas foi em vão, eu estava indo ao chão. Eu estava perdendo a consciência e fui caindo, parecia que alguém estava me segurando, pois não senti a queda, mas estava tonta de mais para conseguir ver quem era, até que perdi por completo a consciência. 

Minutos depois fui recobrando a consciência, eu estava com a cabeça no colo de alguém, e este alguém me abanava e chamava pelo meu nome, minha vista continuava embaçada e eu continuava sem saber quem era. Mas era alguém conhecido, pois sabia meu nome. Aos pouco eu ia melhorando, e quando finalmente consegui ver quem era, quase desmaiei novamente. Meu coração disparou, meu corpo inteiro tremia, senti falta de ar, e lagrimas começaram a rolar pelo meu rosto. Era coincidência de mais pra ser verdade. Por um momento achei que era alucinação, mas era mesmo o Flávio que estava ali, ele estava bem ao meu lado quando eu desmaiei e eu não o vi, ele me segurou evitando a queda. Fiquei sem reação. 

- Drika, Drika, Drika... Você esta bem? isto tudo foi emoção ao me ver? 

O Flávio não tinha perdido seu senso de humor, mesmo eu ali passando mau ele não perdia a chance de me fazer rir. Dei um sorriso e me levantei vagarosamente. Ele continuava lindo, estava com exatamente a mesma roupa que usava na primeira vez que eu o vi. Calça social preta, sapato preto, e camisa social branca, e ele continuava com o mesmo sorriso estonteante de sempre. 

Eu já havia o esquecido, mas o ver naquele momento reviveu todo o sentimento que estava guardado a sete chaves, todo o amor que eu sentia por ele voltou no momento em que olhei nos seus olhos.O mesmo frio na barriga, o mesmo bater do coração, a mesma alegria toda vez que ele falava meu nome. Quando dei por mim ele estava com o rosto bem perto do meu e nos encarávamos sem ao menos dar uma palavra, parecia que íamos nos beijar, mas não, ambos estavam paralisador. E foi ai que meu telefone tocou. Era o Obreiro guilherme avisando que tinha encontrado a senhora, que ela estava apenas comprando um cachorro quente e acabou se perdendo, e eu deveria ir logo para podermos ir embora. 

CONTINUA...

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 48


Na saída do banheiro, pensei ter visto o Flávio de longe, mas tinha muita gente lá, rapidamente o perdi de vista, e nem tinha certeza se era ele mesmo. Provavelmente era só meu cérebro projetando aquilo que eu gostaria de ver, mas ainda assim meu coração disparou. Só de pensar em estar novamente no mesmo lugar que o Flávio, meu corpo estremecia. Rapidamente tirei tirei esta ideia dos meus pensamentos, não poderia ser ele, ele mora muito longe pra ter vindo a este evento, até onde eu soube a cidade dele não viria, além do mais as pessoas que eu marquei de encontrar não consegui ver por causa da multidão, era impossível eu encontrar ali com ele. Voltei rapidamente para onde estava o povo da minha igreja.

O evento já estava no final, havia corrido tudo bem, almas tinham sido ganhas pra Jesus, e eu me sentia feliz, e extremamente cansada, mau podia sentir minhas pernas de tanto cansaço, o dia foi exaustivo. Já estamos prontos para entrar no ônibus para podermos ir para casa, quando um dos membros percebi que estava faltando uma senhora que havia vindo com o gente, procuramos por ela por toda parte, mas ainda tinha muita gente e não conseguimos encontra-la, o pastor já estava nervoso, a ponto de explodir, o calor deixava as pessoas que estavam dentro do ônibus a espera impacientes. Já estávamos a quase uma hora procurando a senhora que havia se perdido e nada. No auge do extress resolvi dar uma resolução para aquele problema.

_ Pastor, acho melhor o senhor ir embora com o ônibus, esta todo mundo impaciente. Deixe que eu fique aqui e encontre ela, eu conheço bem a região e posso ir embora de ônibus. Assim que eu encontra-la ligo para o senhor e te aviso.  Eu levo ela em casa, tenho algum dinheiro aqui que da para nossa passagem.

O pastor sem ver outra alternativa concordou, mas pediu que outro obreiro ficasse comigo para que eu não fosse embora sozinha. Combinei com o obreiro que ficasse esperando ali onde estava nosso ônibus, que era onde haviamos combinado de encontrar após o evento, para caso a senhora aparecesse por lá, e eu iria procurar junto a multidão, eu conhecia a região melhor do que ele, então assim ficou combinado. Quem achasse ela primeiro ligaria um para o outro.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Diário de uma ex-Obreira - Capitulo 47


O bispo responsável pelos obreiros em todo o brasil marcou um mega evento num poliesportivo da cidade, trabalhamos por dois meses para este evento, cada igreja tinha que encher no mínimo 4 ônibus, devíamos convidar principalmente pessoas afastadas, ex-pastores, ex-obreiros, ex-membros, pessoas que outrora estavam lutando pelas almas junto com a gente e hoje estavam perdidas, mas o evento era também para membros, obreiros, pastores e toda a comunidade. Não se falava em outra coisa no estado, era o evento mais esperado do ano, pois o bispo estava em caravana por todos os estados do Brasil, e o nosso havia sido praticamente o ultimo. O Poliesportivo era bem grande, então viria todo o estado em caravana, inclusive o pessoal do interior, o evento seria até televisionado, contaria com apresentação de dança, teatro, cantores. O Objetivo principal era resgatar almas perdidas, que um dia estiveram ao nosso lado na fé.


E o grande dia finalmente chegou, era um feriado importante, então ninguém tinha desculpa para não ir. Acordei as 6hs da manha para começar a chamar o povo, o ônibus sairia da igreja as 10hs em ponto. Como eu ficaria o dia inteiro por conta disso, coloquei uma roupa bem confortável, calça jeans, tênis, e a camisa da Força Jovem, fiz um rabo de cabelo, e uma make bem leve, para não borrar com o calor durante o dia.  O evento começaria as 14hs e iria até as as 17hs, e como não daria tempo de almoçar, então levei na bolsa uma garrafinha com água pra hidratar, e algumas barrinhas de cereais para eu comer no decorrer do dia, para enganar a fome. Levei algum dinheiro para o lanche, caso fosse necessário. Cheguei no local do evento já cansada e suada, era um dia bem quente, era um daqueles dias que eu evitava o espelho, pois não estava muito apresentável, mas a aparência era a ultima coisa que me importava naquele momento, eu tinha sede de ganhar almas e nada tiraria meu foco.  

Nunca vi tanta gente em um só lugar, isso enchia meu coração de alegria, tanta gente ali reunida em um só objetivo, buscar a Deus. Combinei anteriormente com algumas amigas que não via faz tempo de nos encontrarmos lá, pelo menos para poder dar um abraço, pois tempo para conversar certamente não teríamos, mas foi em vão ter combinado, tinha tanta gente lá, que não consegui encontrar nenhuma delas, estavam lá, perdidas no meio da multidão, e eu não tinha tempo de ficar procurando, mas mesmo se tivesse, dificilmente as acharia, tinha mais pessoas lá do que imaginávamos.

O bispo começou orando pelo estado e pelo pais, orou pelas famílias e depois pelas pessoas que não puderam estar ali, orou pelos viciados e milhares de mulheres que sofrem abusos. Logo após deu uma palavra de fé e fez uma oração de libertação e logo após uma busca ao Espirito Santo. Após isso começou as atrações, como dança, e canto. Nesse momento aproveitei para ir ao banheiro.

CONTINUA...

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 46


O tempo foi se passando, somando tudo que aconteceu, dês que eu conheci o Flávio, sai de obreira, e voltei, no total se passaram quase quatro anos, e nesse período muita coisa aconteceu. Eu e a Gabi voltamos a ser grandes amigas, nos perdoamos por todos os maus entendidos, não tinha motivo para continuarmos sem nos falar, só que dessa vez apenas, aprendi a ter mais cuidado com o que eu falo com os outros e meu confidente é apenas Deus. A Mariana depois da confusão com o noivo dela, a traição, ela ter saído de obreira e também da igreja, ela sofreu muito, teve outros relacionamentos frustrados no mundo, ficou com o coração cheio de magoas e chegou até a tentar o suicídio, eu finalmente consegui me reaproximar dela, pedi perdão por tudo o que fiz e por tudo que estava acontecendo por minha culpa e prometi ajuda-la, Fiz as correntes de libertação junto com ela e com muita luta ela se libertou, e agora esta na luta para ter um encontro verdadeiro com Deus e voltar a ser obreira. O Paulo noivou com a Joice, eles estavam extremamente felizes, e a Joice se tornou uma grande amiga, apesar de vez ou outra ter uma crise de ciumes, mas no final sempre acabávamos dando risada de tudo.

Aos poucos Deus restituiu tudo o que eu havia perdido, voltei como líder do grupo de dança, e a evangelizar com os outros grupos, tinha menos tempo que antes, pois trabalhava, estudava e cuidava de casa, mas eu fazia tempo pra Deus e dava o meu melhor neste tempo. Eu me entreguei para Deus e Ele estava tomando conta de todas as áreas da minha vida, tudo estava fluindo, caminhando, vez ou outra enfrentava situações difíceis e problemas, mas nunca me abalava, Deus sempre estava ao meu lado e eu sempre vencia. Minha família aos poucos estava sendo restituída, meu pai começava a ir na igreja comigo e estava extremamente carinhoso comigo, foi-se criando um laço de amor muito grande entre nós dois, algo que antes não havia. Conclui o ensino médio e estava cursando a faculdade de administração, área que sempre achei que passaria longe, mas me apaixonei logo nos primeiros semestres, meu coração estava finalmente curado, não havia mais nele tristeza, raiva, rancor ou qualquer tipo de dor, e me tornei ainda mais forte.  Estava trabalhando para pagar a faculdade como recepcionista em um hotel importante da cidade, os cursinhos de ingles que fiz anteriormente haviam me ajudado a conseguir este emprego, e eu amava.

CONTINUA...

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 45


Ao final da vigília procurei pelo Paulo, mas não o encontrei, tinha muita gente e a catedral é bem grande, acabei indo embora sem falar com ele. Fiquei inquieta a vigília inteira com o que o Paulo havia me falado, mas mesmo assim não perdi meu foco, e a vigília foi maravilhosa, sai de lá ainda mais forte e confiante.

No dia seguinte liguei para o Paulo perguntando sobre o Flávio, se ela estava bem, se continuava firme na fé, se estava indo na igreja, e se ele já estava namorando. Eram muitos questionamentos que eu vinha guardando pra mim durante meses, pois não tinha a quem perguntar, mas agora era diferente, agora eu sabia que o Paulo manteve contato com o Flávio por todo este tempo, e mais do que isso, sabia que o Flávio ainda gostava de mim, e nunca chegou a me deixar de verdade. O Paulo me contou que fazia aproximadamente uns três meses que ele perdeu o contato com o Flávio, e que não sabia mais dele. Que da ultima vez que eles se falaram o Flávio parecia bem, continuava na fé e não havia desistido de voltar pro altar, apesar de todos dizerem a ele que isso era impossível.

Por um lado fiquei feliz em saber que o Flavio continuava firme em seu objetivo diante de Deus, que não havia perdido a fé que sempre teve, nem desistido de seu chamado. Mas por outro lado me entristeci em saber que o Paulo havia perdido contato com ele, eu tinha a espereça de poder encontra-lo, poder conversar sobre tudo o que aconteceu, dizer que eu o perdoo e também nunca deixei de ama-lo, tentar resolver as coisas, e também pedir perdão por tudo o que eu fiz. Mas era inútil todas essas esperanças, eu dificilmente voltaria a ve-lo novamente, o melhor era esquece-lo de vez, tira-lo do meu coração e dos meus pensamentos. Agora que sei que ele esta bem, não preciso mais me preocupar, e assim conseguirei esquece-lo.

E foi o que aconteceu nos meses seguintes, eu segui minha vida, dessa vez não pensava mais nele, não o desejava e nem me entristecia ao ouvir seu nome, ou passar perto de alguém que usava o mesmo perfume. Finalmente e tinha o esquecido de vez.

CONTINUA...

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Diário de uma ex-Obreira - Capitulo 44


Quando o Paulo começou a falar, as coisas começaram a se encaixar na minha cabeça, e eu me recusava a acreditar. Como eu não havia percebido isso antes? como eu pude ser tão ingenua? Aquilo que ele estava me dizendo me desarmou completamente.

- Drika, quando o Flávio decidiu voltar pro interior, me pediu um favor. A principio eu pensei em negar, pois podia me prejudicar, mas no final acabei cedendo e aceitando. Prometi ao Flávio que faria este favor. Na época eu já gostava da Joice, mas este favor que o Flávio me pediu me impedia de me aproximar dela, mas confiei que Deus guardaria ela para mim.

Minha cabeça começou a rodar nessa hora, eu segurava para não chorar, e o Paulo continuou:

- Você e o Flávio estavam brigando muito, e o Flávio chegou a conclusão que a presença dele na sua vida,te atrapalhava, que de alguma forma estar com ele te afastava de Deus, e ele não poderia ser pedra de tropeço para você. Ele se sentia culpado pela sua situação.

Eu nunca vi o Flávio dessa forma, como pedra de tropeço, mas no fundo sabia que ele estava certo, por mais que ele não tivesse culpa a presença dele me fazia mau naquele momento, eu precisava me afastar dele pra ficar bem.

- Então quando o Flávio decidiu se afastar de você ele me pediu que eu me aproximasse, pediu que eu cuidasse de você. Me fez prometer que eu não desistiria de você, qu enão te deixaria só, e te ajudaria a encontrar seu caminho diate de Deus. E me fez prometer que eu só te contaria isso quando você estivesse bem com Deus e com si mesma. E é o que estou fazendo agora. Ele sempre me liga perguntando por você, ele ainda te ama Drika!, e só se afastou de você, por que creu que isso seria o melhor pra você. Isso foi muito difícil pra ele, mas eu sempre estive ali, cuidando de você, a pedido dele.

O Flávio sempre me prometia que estaria ao meu lado para sempre, mesmo que eu não visse ou reconhecesse, ele sempre cuidaria de mim, e quando ele me deixou achei que ele estava quebrando esta promessa, mas não, ele cuidou de mim mesmo que de longe, através do Paulo.

- Mas quando você começou a confundir as coisas, tive que me afastar de você, eu nunca te vi dessa forma como mulher, você sempre foi minha amiga, e ficar com você seria trair a mim mesmo, a você e ao Flávio. Me perdoa por ter escondido isto de você. Fiz o que acreditei ser o melhor.

Escutei tudo até o final sem o interromper, aquilo que ele estava me contando mudava tudo, despertava de certa forma o sentimento pelo Flávio que estava adormecido, então respirei fundo e perguntei:

-  Então quer dizer que você mantém contato com ele? Sabe como ele esta?

Antes que ele pudesse me responder, apareceu a Joice e as outras obreiras nos chamando, a reunião já ia começar. Então entramos sem que ele me respondesse.

CONTINUA...

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 43



Combinei com algumas obreiras de nos encontrarmos na porta da catedral antes da vigília, para podermos sentar todas juntas, chegamos cerca de 1 hora antes do inicio da vigília, chegamos cedo para poder pegar um bom lugar. Logo na entrada vi de longe o obreiro Paulo, fazia tempo que não conversava com ele, praticamente dês do incidente frustrado deu ter tentado lhe roubar um beijo. Mas não fazia mau, no momento que eu mais precisei ele estava ao meu lado, eu era grata a ele por isso. Então resolvi ir falar com ele, contar que eu tinha voltado e que estava bem, e agradecer por ele ter cuidado de mim. Ao lado dele estava uma linda moça sorridente, cabelos negros e longos, olhos verde folha seca, silhueta fina e rosto angelical. Ao me aproximar o Paulo foi logo me apresentando a ela.

- Oi Drika, quanto tempo! Esta é a Joice, minha namorada...
Joice, esta é a Drika, minha amiga da qual te falei.

Fiquei surpresa do Paulo já ter falado de mim pra sua namorada, o que será que ele disse a ela? Será que ele contou tudo? Meu rosto corou com a possibilidade dela saber de toda a história. Mas ela foi extremamente  simpática comigo, não tinha motivos para eu me envergonhar. Contei a eles que tinha voltado de obreira, e que estava muito bem, o Paulo ficou extremamente feliz com a noticia. Pra minha surpresa ele pediu pra falar a sós comigo, disse que era muito importante. Então fomos ao haal de entrada e deixamos a Joice, junto com outras obreiras que estavam comigo. Foi quando o Paulo começou a me contar algo que me deixou extremamente surpresa, na verdade mexeu com todas as minhas certezas.  

- Drika, Agora que você esta bem, é o momento de te contar algumas coisas que você não sabe. Peço que me entenda, e que não se chateie por eu ter te escondido algumas coisas. Gostaria que você soubesse o porque deu ter rejeitado seu beijo, e por que de eu ter me afastado de você, quando você começou a confundir as coisas. Sei que na época você ficou sem entender, mas enquanto você estivesse distante de Deus, eu não poderia te contar.

Minha cabeça começou a dar voltas neste comento, afinal do que ele estava falando? o que ele tinha me escondido?

CONTINUA...

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 42


Finalmente as coisas estavam dando certo pra mim, descobri que o segredo é confiar em Deus independente das circunstancias. Pouco a pouco Deus voltava a confiar as coisas em minhas mãos, e cada alma ganha era uma alegria sem tamanho. Acho que só quem passou por tudo o que eu passei e deu a volta por cima sabe como é a sensação do que estou vivendo agora, é indescritível.

O bispo marcou uma vigília com os obreiros na sexta-feira, seria a primeira vigília de obreiros que eu iria dês que voltei, mau podia esperar de tanta ansiedade. O bispo pediu que nos preparássemos para a vigília com jejum, oração, e vestindo pano de saco, seria a vigília da humilhação. Me preparei com toda a minha fé, orei a semana toda vestida de pano de saco, ungia minha cabeça com óleo toda vez antes de iniciar um jejum. Procurei ficar  a semana toda em Espirito, sem me misturar com as coisas deste mundo, sem assistir tv ou ouvir músicas, sem entrar na internet ou ler jornais. Queria estar preparada para o que Deus iria falar comigo. Não ha nada melhor que voltar ao primeiro amor. Ao primeiro amor de ganhar uma alma, ao primeiro amor de jejuar, de orar, ao primeiro amor de ir a uma vigília, ao primeiro amor de fazer tudo, por menos que seja com toda força e carinho.

A semana demorou a passar, acho que pela ansiedade que não me deixava os pensamentos, o relógio parecia parado. No geral ansiedade não é bom, mas neste caso, me lembrou a ansiedade que eu tinha no começo, toda vez que eu tinha um compromisso com Deus. Podia ser entrega de fogueira santa, entrega de propósito, vigília, sempre que eu tinha algum compromisso com Deus eu ficava ansiosa, então me sentir assim naquele momento era gratificante.

Eu não diria que eu havia voltado a ser a mesma de antes, afinal o tempo passou, muita coisa mudou, eu amadureci, pessoas chegaram e outras foram embora, alguns pensamentos mudaram, meu comportamento mudou, mas a essência, esta esta tão pura e verdadeira quanto antes. As amizades ao poucos também voltavam, aprendi que quanto mais próxima eu estava de  Deus, mais próximo as pessoas ficavam de mim.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 41

Na segunda cedinho, antes mesmo da igreja abrir eu já estava na porta esperando o pastor. Permaneci tensa dês do dia anterior, aquela conversa com o bispo havia me deixado confusa e ansiosa, eu não sabia se aquela conversa havia sido boa ou ruim. Esperei o pastor abrir a igreja e disse que precisava conversar com ele, e que o bispo havia mandado eu lhe entregar o tal envelope. O Pastor disse que já iria me atender, precisava antes só resolver algumas coisas em seu escritório, e pediu que eu passasse um café pra ele enquanto eu esperava. Dês que eu tinha saído de obreira que não entrava mais na cozinha, era algo antes rotineiro, mas a entrada na cozinha era permitida apenas para obreiros. Me senti Honrada em poder preparar um café para o pastor. Ele não demorou muito e conversamos ali mesmo na cozinha tomando um café, a esposa dele, como de costume, estava junto.  Ele abriu o envelope e deu um ligeiro sorriso no canto da boca, entregou o papel para sua esposa ler, e ela fez o mesmo gesto de sorrir no canto da boca. Mandou que eu terminasse meu café antes que ele me dissesse o que estava escrito ali. Meu coração quase saia pela boca de tanta ansiedade e curiosidade, e finalmente o pastor Renato disse:

- Bom Drika, chega de suspense. Conversei com o bispo sobre você, e pedi que ele analisasse seu caso. Deixei ele a par de toda a situação, e ele me pediu que eu mandasse você ir falar com ele. E aqui nas minhas mãos está a resposta se eu posso ou não te voltar de obreira. É isso mesmo que você quer?
- Sim senhor!
- Então a partir de hoje você é obreira, não me decepcione.

Não acreditei no que estava ouvindo, segurei para não chorar, mas as lagrimas escorriam pelo meu rosto, só que dessa vez era de alegria. Eu nunca imaginei que voltaria a servir a Deus como obreira, para mim era algo impossível, mas Deus tinha tratado de providenciar tudo sem que eu nem imaginasse. Senti uma enorme vontade de sair e contar pra alguém, mas eu ainda estava sozinha, não tinha a quem contar, uma leve tristeza tentou entrar em meu coração mas eu não permiti, estava feliz de mais pra deixar o diabo estragar aquele momento. Corri para casa, peguei meu uniforme na gaveta, lavei pra tirar o cheiro de guardado , passei, lustrei meus sapatos, escolhi um brinco delicado pra combinar, mau podia esperar para poder usa-lo novamente.

CONTINUA...

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 40


Chegando na catedral, tinha uma fila de obreiros para falar com o bispo, entrei na fila e esperei. Enquanto esperava observava os obreiros entrando e saindo da sala do bispo. Uns saiam sorridentes, outros chorando e outros ainda indiferentes. Sempre gostei de observar expressões, e tentar decifrar o que cada uma dizia. Ali, naquela sala de espera tinha algumas pessoas que eu conhecia, mas o silencio daquela sala era ensurdecedor, não me arriscaria a puxar assunto com ninguém, o que fazia o tempo parecer não passar.

Finalmente chegou minha vez de ser atendida, o bispo parecia exausto, provavelmente estaria ali atendendo os obreiros a horas, o que o tornava consequentemente sem paciência, pelo menos a primeira vista. O bispo estava de cabeça baixa, com varios papeis nas mãos, foliando um a um, como quem procura algo, me apresentei como o pastor Renato tinha me orientado, ao dizer meu nome ele ergueu os olhos em minha direção, de um leve sorriso e me perguntou:

- Seu pastor me falou muito sobre você. Você tem vontade de voltar a ser obreira?
- Sim senhor.
- Ótimo!

Ele permaneceu em silencio por mais alguns minutos, eu estava visivelmente nervosa, estralava os dedos, balançava as pernas e sentia um frio na barriga desconcertante. Novamente ele levantou o rosto, olhou em meus olhos e me perguntou:

- Esta namorando?
- Não senhor.
- Gosta de alguém?

Nessa hora fiquei sem saber o que responder, eu ainda gostava do Flávio, mas falar isso ali poderia estragar tudo, não era a resposta que o bispo esperava, então permaneci em silencio.

- Drika, perguntei se você gosta de alguém.
- Perdão bispo, não sei o que responder. Eu gosto sim, mas acho que não deveria gostar.
- Ele é obreiro ou pastor?
- Não, é meu ex-namorado, mas isso já faz tempo, não é de grande importância.

Mais uma vez o bispo permaneceu em silencio olhando aqueles papeis em suas mãos, pegou um papel que estava em sua gaveta, escreveu meu nome, carimbou  com seu nome e em seguida assinou. Dobrou o papel, colocou em um envelope e lacrou dizendo.

- Você é muito corajosa garota, é uma guerreira, nunca se esqueça disso. Entregue este envelope a seu pastor. Pode ir embora!

CONTINUA...


segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Diário de uma ex-obreiro - Capitulo 39


Algum tempo depois, o pastor veio falar comigo, era sábado e eu estava ajudando aos obreiros a dobrar a arca(caixinha) para o propósito que teria no dia seguinte, quando o pastor me chamou na sua salinha, estava ele e sua esposa, me esperando para conversar. Ainda me dava frio na barriga toda vez que o pastor me chamava para conversar, mas dessa vez eu estava mais tranquila, sabia que não aconteceria nada que não fosse da vontade de Deus. Ao entrar na salinha dei uma observada rápida, a esposa do pastor estava radiante como de costume, seus cabelos pareciam estar ainda mais brilhantes e tinha um sorriso que transmitia paz a todos em sua volta, o pastor vestia roupa esporte, tênis, calça jeans e camisa polo, estava concentrado e sério, mas não parecia estar nervoso, se encontrava sentado e com um papel nas mãos, mas eu não consegui ver que papel era aquele. 

- Sente-se Drika! - exclamou o pastor - Eu e minha esposa queremos conversar com você por alguns minutos

Eu me sentei e olhei fixamente para os dois, tentando decifrar através de suas expressões o que eles iriam me dizer, mas não consegui descobrir. Primeiramente o pastor me pediu que contasse a ele o porque deu ter saído de obreira, obviamente ele já sabia, mas provavelmente queria ouvir o que eu iria dizer. Contei exatamente o que tinha acontecido com rique de detalhes, tomando cuidado para não acusar ninguém, disse-lhe que foi um mal entendido atras de outro, e que após isso eu teria me esfriado na fé, mas que agora tinha me voltado para Deus e tinha tido meu encontro com Deus. A cada palavra que eu dizia o pastor olhava para o papel que estava em suas mãos e tornava a olhar para mim, e permaneceu fazendo este gesto até o final da conversa. Foi quando me dei conta que aquele papel nas mãos do pastor era minha ficha de obreiro, dava para ver que tinha algo escrito a punho no verso da folha, mas não consegui ver o que era. Quando terminei de falar, o pastor olhou nos meus olhos e num tom autoritário disse que eu deveria na manha seguinte ir falar com o bispo responsável pelos obreiros no estado e dizer que estava lá a pedido do pastor Renato. Eu não tive coragem de perguntar para que eu iria conversar com o bispo, apenas balancei a cabeça num sinal de consentimento e me retirei da sala. E assim como me orientara o pastor, eu fiz, fui logo cedo procurar o bispo para ver o que ele tinha a me dizer, dessa vez com um frio ainda maior na barriga, e uma curiosidade sem tamanho.

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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capítulo 38


Voltei a evangelizar todo domingo com o grupo de evangelização, e amor pelas almas voltava a crescer dentro de mim, o que me dava muita vontade de ir levar a palavra de Deus aos hospitais e presídios, mas para poder ir a estes lugares eu precisaria ser obreira, pois apenas obreiros estavam autorizador a fazer visitas em hospitais e presídios, o que aumentava ainda mais a minha vontade de voltar a ser obreira. Tinha sede de ganhar almas, independente de como, e mesmo que eu ainda não pudesse ir em hospitais ou presídios, eu ganharia almas onde quer que eu estiver. Fomos evangelizar na comunidade carente do bairro, após a evangelização resolvi ficar na igreja e assistir ao culto das 18hs. Já tinha assistido ao culto da manha, mas  estava com cede de buscar mais um pouco, de me aproximar mais de Deus. Apesar de estar extremamente cansada fisicamente, pois tinha sido uma evangelização muito puxada, andamos por horas, subimos e descemos morro, entramos em becos e subimos escadarias, foi exaustivo, mas ao mesmo tempo muito gratificante. 

O pastor começou o culto buscando o Espirito Santo, eu lutando contra o cansaço busquei com todas as minhas forças e de todo o meu coração, me despi do meu eu, do meu querer e me coloquei a disposição do Espirito Santo. Fiz um voto com Deus de servi-lo no altar e de nunca mais abandona-lo nem por um minuto se quer. O Espírito Santo desceu sobre mim naquela mesma hora, foi maravilhoso, toda aquela tristeza e angustia que ainda insistiam em atormentar meu coração desapareceram, senti uma paz que a muito não sentia, era nítida a presença de Deus naquele momento, minha visão se abriu e comecei a ver tudo com mais clareza, era meu encontro com Deus, foi o dia mais perfeito da minha vida, tinha certeza que a partir desse momento eu seria inabalável e intocável. 

Ainda durante a busca, Deus falou comigo e me fez entender o por que eu tinha caído, o porque de ter ficado tão fraca espiritualmente e a merce deste mundo. A raiz do problema não era o meu namoro com o Flávio, e sim o fato de dês do começo eu ter deixado a dúvida entrar no meu coração, Quando a Mariana me acusou de ser perturbada e eu acreditei, quando o diabo vinha colocar na minha mente que eu não era de Deus, que eu não tinha o Espirito Santo e eu "conversava" com ele. Nos momentos que as pessoas me acusavam de ter pecado, e eu aceitava aquela culpa. O diabo foi astucioso,e soube bagunçar com minha mente a ponto de eu deixar entrar no meu coração que eu não era de Deus, e foi essa a brecha que ele achou para entrar no meu coração. O Flávio foi apenas uma "distração" para eu não perceber que eu estava deixando o diabo me enganar.  

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quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 37


Durante o restante da semana meditei em tudo que tinha acontecido no ultimo ano, tentando entender onde eu havia caído, tentando achar onde eu havia pecado, tentei achar um erro, uma mentira, algo que tivesse me lavado para longe de Deus, mas por mais que eu pensasse  não conseguia encontrar respostas. Depois de muito pensar lembrei-me que o habito de orar sempre me dava direção quando eu não sabia o que fazer, ajoelhei-me a beira da cama, sozinha em meu quarto, e comecei a orar a Deus, e minha oração foi mais ou menos assim:

"Meu Deus, eu sei que não sou nada, e não tenho méritos para estar diante da tua presença, mas peço que tenha misericórdia da minha alma e possa me dar uma direção. Eu sei que tenho errado muito perante ao Senhor, sei também que me distanciei do Senhor e de sua obra, e agora quero e preciso me voltar novamente para o Senhor, lembrar onde cai, me arrepender e voltar as práticas das primeira obras, e peço meu Deus, que o Senhor venha me mostrar onde eu cai, e venha me levantar, Amém"  

A oração não durou 10 minutos, mas eu sabia que não era tempo de oração que fazia Deus me ouvir, e sim a sinceridade do meu coração, e eu estava sendo verdadeiramente sincera. Após a oração veio em minha mente um flash back de tudo o que havia acontecido, dês do meu encontro com o Flávio na porta da igreja, das orações que eu tinha feito pedido para Deus não me deixar me enganar com ele, do meu encontro com ele no shopping e o flagra da Mariana, dos problemas que eu tive com a Gabi, do meu primeiro beijo com o Flávio, até meu termino com ele, e aparentemente, todas estas coisas tinham apenas uma coisa em comum, O Flávio! Tudo começou quando eu o conheci, mesmo que ele não tivesse culpa, ele estava diretamente ligado a tudo o que aconteceu.

A principio eu aceitei que era este o motivo deu ter caído, e que todas as coisas ruins que me aconteceram estavam relacionadas a meu namoro. Mas agora que ele estava longe, estaria tudo resolvido, e eu poderia me voltar a Deus. Mas algo ainda me incomodava, ainda sentia a cobrança de Deus, mas eu não sabia o por que. Apesar de ainda amar o Flávio, estava decidida a esquece-lo,e dessa vez iria esquece-lo com ajuda de Deus, e não com ajuda do homem.  Me arrependi de tudo de errado que fiz, de não ter sido fiel a amizade com a Mariana, e apesar dela não aceitar, eu havia lhe pedido desculpas. Pedi desculpas também para a Gabi, mesmo não tendo feito nada contra ela. Limpei meu coração contra toda magoa e toda tristeza contra os meus acusadores. Mas ainda sentia que faltava algo, mas o que?

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Diário de uma ex-obreira - Capitulo 36



Comecei a me entregar como nunca, dessa vez não me preocupava mais em voltar a ser obreira ou líder de algum projeto, eu só queria buscar, só queria estar mais próximo de Deus. E Quanto mais próximo de Deus eu ficava, mas fofocas surgiam, mais pessoas me olhavam torto, mais julgamento eu recebia. Mas agora seria só entre eu e Deus, então pouco me importava o que acontecia em minha volta.

Em uma quarta-feira o pastor pregou a seguinte passagem:

Conheço as tuas obras, e o teu trabalho, e a tua paciência, e que não podes sofrer os maus; e puseste à prova os que dizem ser apóstolos, e o não são, e tu os achaste mentirosos.
E sofreste, e tens paciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste.
Tenho, porém, contra ti que deixaste o teu primeiro amor.
Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te, e pratica as primeiras obras; quando não, brevemente a ti virei, e tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não te arrependeres.

Apocalipse 2:2-5

Aquela palavra parecia ter sido escrita para mim, pois foi diretamente ao encontro da minha alma, senti vontade de chorar, mas segurei o choro, dessa vez não deixaria o sentimento entrar e estragar tudo. Deus estava falando comigo, e nesse momento eu entendi que Deus nunca havia desistido de mim, mesmo eu tendo O deixado, Ele nunca deixou de lutar por mim. Houve momentos que eu cheguei a pensar que Deus estava sendo injusto comigo, depois de tudo o que eu fiz pela obra, todo o trabalho com as almas, a paciência com os que precisavam, e como eu nunca aceitei o meu, nunca aceitei o que era impuro, sempre zelei por Sua obra.  Mas Ele nunca me deixou, foi eu que seguei meus olhos e não conseguia mais O ver. Entendi que Deus conhece bem as minhas obras, e tudo que eu já fiz, mas isso não é o mais importante, o mais importante era a minha comunhão com Ele, e esta eu havia deixado de lado. "Lembra-te, pois, de onde caíste, e arrepende-te". O primeiro passo para eu voltar a ter comunhão com Deus, era fazer conforme Ele orienta em sua palavras, lembrar onde eu cai e arrepender-me. Afinal eu estava distante de Deus, estava caída, mas não conseguia entender onde e porque cheguei naquele ponto.

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terça-feira, 4 de novembro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 35


Quando eu estava prestes a beija-lo, o paulo me empurrou, dessa vez com um pouco mais de rispidez.

- Drika, você esta confundindo as coisas, não vejo você dessa forma, não poderia ficar com você nem se eu quisesse, tenho princípios, por favor, não tente isso de novo.
- O que você quis dizer com 'nem se eu quisesse" ?
- Nada Drika, vamos embora.

Entrei no carro e ele me levou em casa, não trocamos um palavra se quer no caminho, apenas olhares disfarçado. Mas minha cabeça latejava, eu não conseguia entender o por que eu estava sendo rejeitada, as palavras do Paulo não faziam o menor sentido. Depois disso nossa amizade esfriou bastante, ele me evitava, apesar de vez ou outra me ligar pra saber como estou, nossa amizade se tornou fria, parecia que ele tinha medo de alguma coisa. A questão é que agora estava definitivamente sozinha. Meu pai sempre foi muito ausente, nunca conversávamos, minha mãe e meu irmão me deixou a anos, meus amigos me viraram as costas aos poucos, primeiro a Mariana, depois a gabi, e todos os outros, o paulo era o ultimo amigo que tinha me restado. E o Flávio? Bom, este foi embora sem nem olhar para tras, deixando promessas que não foram cumpridas, sonhos que não foram realizado.

Apesar de todos na minha igreja me olharem torto, eu decidi que continuaria firme, não estava ali por nenhum deles, e sim por Deus. Eu achei que agora eu iria me desmoronar, que iria deixar Deus de vez, me entregar a depressão e ao mundo, mas algo não me deixou entregar os pontos. Dessa vez não era o Flávio que insistia para eu não desistir, nem o Paulo que cuidava para eu continuar firme. Dessa vez eu não tinha ninguém pra me dizer que eu devia orar, jejuar ou me entregar a Deus, mas começava a nascer dentro de mim uma dependência em Deus, uma vontade unica de buscar, de mudar, de voltar para Deus. Eu não sabia de onde estava vindo esta força, pois tinha todos os motivos para desistir, e dessa vez não teria ninguém para me impedir. Mas o meu desejo era de continuar, de vencer, de provar para mim mesmo que eu poderia vencer.

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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 34


Liguei pro Paulo e o convidei para irmos ao cinema, tinha acabado de entrar em cartaz um filme de super herói que estávamos esperando a estreia a meses, era a continuação de um dos nossos filmes favoritos. O Paulo me pegou na porta de casa, ele tinha um astra prata com rodas cromadas bastante estiloso, vestia calça jeans e jaqueta de couro, cabelo com gel penteado pra trás, e eu pude sentir o perfume dele assim que me aproximei. Naquele dia também resolvi caprichar no visual, queria esquecer de vez o Flávio. Prendi o cabelo com um laço de fita, coloquei um vestido rodado com cintura marcada bem feminino, passei um batom rosa e um blush coral, e um perfume com essências florais e cítricas. Ainda não tinha escurecido, era domingo e pegaríamos a sessão das seis. Os ingressos foram comprados com antecedência, e enquanto fui ao banheiro retocar a maquiagem o Paulo foi pegar  pipoca, refrigerante e chocolate. Ele sempre foi muito detalhista e nunca esquecia dos detalhes, sabia que eu gostava de sentar na ultima fileira de bancos e comia chocolate sempre após a pipoca. Já tínhamos ido ao cinema outras vezes, só que em grupo, com outros amigos, e dessa vez seria só nos dois.

O filme foi perfeito, saímos da sessão rindo e discutindo sobre como a mocinha sempre se coloca em apuros, e arrisca a vida do herói. Apesar de estarmos nos dando muito bem, o Paulo nunca esboçou nenhum sentimento por mim, e nem nunca demonstrou nenhum interesse que não fosse de amizade. Era sempre muito respeitador, educado, e me ajudou muito espiritualmente dês que o Flávio me deixou. Então achei que era a hora de tomar a iniciativa e saber se ele sentia algo por mim.

No estacionamento do shopping, antes de entrarmos no carro, me aproximei dele, perto o suficiente para ele conseguir me ouvir, mesmo eu sussurrando, mas ele deu um passo para trás. Me aproximei mais uma vez, dessa vez dizia para ele o quanto ele tem sido importante nos últimos meses e o abracei, ele de desvincilhou do abraço rapidamente, colocou a mão na maçaneta da porta do carro e disse, "vamos logo Drika, já esta ficando tarde." . Eu insisti mais uma vez, estava determinada a beija-lo, um beijo em alguém que não fosse o Flávio seria um ponto final de vez na minha história com ele.  Me aproximei vagarosamente, coloquei minha mão sobre sua nuca, olhei fixamente em seus olhos, ele parecia nervoso, parecia não estar preparado para minhas investidas, como se não esperasse por isso. Mas eu chegava cada vez mais perto dele.

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