quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 41

Na segunda cedinho, antes mesmo da igreja abrir eu já estava na porta esperando o pastor. Permaneci tensa dês do dia anterior, aquela conversa com o bispo havia me deixado confusa e ansiosa, eu não sabia se aquela conversa havia sido boa ou ruim. Esperei o pastor abrir a igreja e disse que precisava conversar com ele, e que o bispo havia mandado eu lhe entregar o tal envelope. O Pastor disse que já iria me atender, precisava antes só resolver algumas coisas em seu escritório, e pediu que eu passasse um café pra ele enquanto eu esperava. Dês que eu tinha saído de obreira que não entrava mais na cozinha, era algo antes rotineiro, mas a entrada na cozinha era permitida apenas para obreiros. Me senti Honrada em poder preparar um café para o pastor. Ele não demorou muito e conversamos ali mesmo na cozinha tomando um café, a esposa dele, como de costume, estava junto.  Ele abriu o envelope e deu um ligeiro sorriso no canto da boca, entregou o papel para sua esposa ler, e ela fez o mesmo gesto de sorrir no canto da boca. Mandou que eu terminasse meu café antes que ele me dissesse o que estava escrito ali. Meu coração quase saia pela boca de tanta ansiedade e curiosidade, e finalmente o pastor Renato disse:

- Bom Drika, chega de suspense. Conversei com o bispo sobre você, e pedi que ele analisasse seu caso. Deixei ele a par de toda a situação, e ele me pediu que eu mandasse você ir falar com ele. E aqui nas minhas mãos está a resposta se eu posso ou não te voltar de obreira. É isso mesmo que você quer?
- Sim senhor!
- Então a partir de hoje você é obreira, não me decepcione.

Não acreditei no que estava ouvindo, segurei para não chorar, mas as lagrimas escorriam pelo meu rosto, só que dessa vez era de alegria. Eu nunca imaginei que voltaria a servir a Deus como obreira, para mim era algo impossível, mas Deus tinha tratado de providenciar tudo sem que eu nem imaginasse. Senti uma enorme vontade de sair e contar pra alguém, mas eu ainda estava sozinha, não tinha a quem contar, uma leve tristeza tentou entrar em meu coração mas eu não permiti, estava feliz de mais pra deixar o diabo estragar aquele momento. Corri para casa, peguei meu uniforme na gaveta, lavei pra tirar o cheiro de guardado , passei, lustrei meus sapatos, escolhi um brinco delicado pra combinar, mau podia esperar para poder usa-lo novamente.

CONTINUA...

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