segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Diário de uma ex-Obreira - Capitulo 14


Felei comigo mesma que não iria me abater, ser Obreira é uma honra, mas é apenas um titulo, e o fato deu não colocar mais uniforme não iria me impedir de continuar a ganhar almas. E eu não tinha motivos para ficar tão abalada assim, o pastor deixou bem claro que eu continuo de obreira, só vou ficar no banco por um tempo.

Não demorou muito para a Gabi vir conversar comigo, me pedir desculpas por ter sido "dedo dura", disse que a intenção dela nunca foi de causar transtorno para mim, só queria ajudar. Me disse também que achou muito injusto o pastor ter me colocado no banco e ter mantido a Mariana. E me contou indignada que o pastor tinha colocado a Mariana no meu lugar na evangelização. A indignação dela parecia tanta, que chegava a ser contagiosa. Quanta injustiça!, pensei calada, e assim permaneci, calada! Não vou criar caso com isso, não valia a pena, a justiça viria de Deus. E logo tudo voltaria a ser como antes. 

No domingo seguinte quando cheguei a igreja senti que todos me olhavam torto, tive a impressão que todos falavam ao meu respeito. mas devia ser só impressão minha mesmo, tentei ignorar. Mas era uma sensação horrível, parecia ser real de mais pra ser só impressão. Tive vontade de esconder o rosto ou sair correndo dali. E foi o que fiz, logo que a reunião acabou fui embora as presas, mesmo antes do pastor dizer "amem".  A final não tinha mais obrigações com a evangelização e nem com o grupo jovem, eu era só mais uma ali no meio de todo mundo, não tinha porque eu ficar ali por mais tempo. Fui embora antes que alguém tivesse a oportunidade de me parar e me perguntar o que aconteceu, eu estava envergonhada, e tocar naquele assunto era a ultima coisa que eu queria. 


Meu domingo sempre foi muito ocupado, evangelização de manha, ensaio da dança a tarde e voltava as 18hs para trabalhar na reunião. Neste domingo eu não faria nada disso. O pastor não me proibiu de evangelizar, mas era a Mariana a nova líder, e depois de tudo eu não conseguiria evangelizar como se nada tivesse acontecido. Eu não fazia mais parte da dança, e não poderia mais vestir o uniforme de obreira as 18hs. Então fiquei em casa, praticamente sem fazer nada, só mexendo na internet mesmo, acessando minha conta do Facebook, tentando me distrair. Foi quando eu vi o perfil do Pr. Flavio, eu já tinha procurado ele antes nas redes sociais antes de toda confusão e não tinha achado, e agora ele aparecera ali, bem na minha frente, e eu quase que num movimento automático cliquei em "adicionar aos amigos". Foi tão automático que nem percebi a burrice que eu estava fazendo. 

CONTINUA...

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