sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 28



O Flávio começou falando do quanto me amava e do quanto eu era importante pra ele. Uma conversa séria começando assim, nunca é um bom sinal. Ele realmente me amava, não tinha como eu duvidar disso, dia após dia ele me dava provas do seu amor por mim, já abriu mão de tanta coisa por mim, e me ajudou mais do que qualquer outra pessoa já me ajudou antes, ele sempre cuidou de mim e quando ele estava ao meu lado eu me sentia protegida. Mas eu sabia que eu estava estragando tudo. Eu estava mau com Deus e isso me fazia ficar mau com as pessoas, inclusive com o Flávio.

- Drika, eu decidi voltar pra minha cidade, ir morar com meus pais de novo.
- Não! Você não pode fazer isso comigo, não pode me deixar aqui sozinha.
- A unica coisa que me prendia aqui era você meu amor, mas não dá mais pra continuar, a gente só briga.

Nesse momento eu entrei num estado de desespero, tive um surto nervoso, sai de mim, perdi o controle sobre mim mesma, comecei a chorar desesperadamente, eu não podia perder o Flávio, eu nunca mais amaria alguém como amo ele, eu ficaria sozinha sem rumo. Comecei a me arranhar e puxar meu próprio cabelo, tinha vontade de bater em mim mesma, de me machucar. Tudo isso era culpa minha, eu estraguei tudo de novo, precisava me punir por isso. O Flávio tentava me segurar, tentava me acalmar, mas nada resolvia. Eu estava fora de controle. Eu me ajoelhei, implorei, pede pelo amor de Deus pra ele não ir embora, eu tinha perdido completamente meu amor próprio, estava ali me humilhando pra ele. E ele não sabia como agir naquela situação. Era justamente esta minha falta de controle e amor próprio que estava fazendo ele ir embora, e tentar fazer ele ficar dessa forma só piorava as coisas.

- Drika, eu não estou te reconhecendo, você esta louca! Precisa se tratar, se cuidar. Você nem de perto é aquela garota alegre por quem eu me apaixonei.
- Me entenda por favor, me dê mais uma chance, eu prometo que vou mudar! Eu preciso de você, você é tudo que eu tenho.

Eu estava completamente dependente do Flávio, me apeguei a ele de uma forma que o sufocava, era como uma droga, um vicio, e aquele surto era por abstinência. Só de imaginar ficar sem ele eu entrava em desespero. Eu sempre fui uma menina alegre, rodeada de amigas,  gostava de fazer novas amizades, de me socializar, mas com o tempo, com tudo o que aconteceu eu fui me afastando de tudo isso, fui perdendo os amigos um a um, e não conseguia mais fazer novos amigos, estava sempre mau humorada e afastava as pessoas de mim, e acredito que por esta razão me apeguei tanto ao Flávio, ele era a unica pessoa que conseguia se aproximar de mim, a unica pessoa que estava ao meu lado e talvez  a unica pessoa que eu tinha algum afeto.

CONTINUA...

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