quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 12


O Pastor reuniu todos os obreiros para avisar que na sexta teria vigília com todos os obreiros do estado. Que ninguém poderia faltar, e que deveríamos chegar cedo para conseguir sentar na frente.
Cheguei cedo, e antes de começar a vigília a Mariana veio falar comigo. 

- Agora eu já sei porque você esta agindo estranho comigo Drica, você é uma falsa.
- Não sei do que você esta falando.
- Você é uma perturbada, se tivesse um pouco de juízo nem colocava mais o uniforme. Você é um lobo em pele de cordeiro. Se fazendo de boazinha, mas uma hora a mascara cai! Fique longe do Flávio. 

Aquelas palavras foram como um tapa na cara, comecei a chorar e a pensar que talvez ela pudesse estar certa. Será que eu estava mesmo perturbada? Será que eu tinha dado brecha pro diabo entrar? A vigília começou como de costume com uma oração forte, coloquei as mãos na minha cabeça e mandei o mau sair, mas eu continuara a me sentir mau, chorei durante toda a vigília. A Mariana sempre foi minha amiga, foi quem me ajudou quando eu cheguei na igreja, e ouvir aquelas palavras da boca dela foi duro de mais para mim.  E para piorar no final da vigília, na saída, próximo ao banheiro dou de cara com ela e o Pr. Flavio juntos, conversando.  Tento mudar minha rota mas já era tarde de mais, eles tinham me visto, e a Mariana novamente me chamou, dessa vez com um ar de ironia.

- Drica! Drica, espera, não vai embora, quero te apresentar meu namorado. 
- Namorado?? ( perguntei com espanto, até onde eu sábia eles estavam apenas se conhecendo)
- Sim, NAMORADO  - (Falou em um tom mais forte, como quem quer afirmar e reafirmar algo) - O bispo acabou de liberar nosso namoro, domingo começo a vir nas aulas. 

O Pr. Flávio ficou nitidamente sem graça, ele percebeu a ironia nas palavras da Mariana, logo arrumou uma desculpa para ir embora, não queria se meter neste assunto, não poderia ter problemas com isso, a obra é rígida de mais.  Eu segurei minhas lagrimas enquanto eu pude, mas ao chegar no ponto de ônibus, desabei novamente.  Não só pelo pr. Flavio, mas por tudo. Acabara de perder minha melhor amiga, e o homem de quem eu gostava, e começou a se passar pela minha cabeça que eu poderia estar perdendo minha salvação.

CONTINUA... 

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