quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 22


Ao me aproximar o pastor ja começou a gritar, mau eu podia entender o que ele dizia, ele estava realmente muito nervoso comigo e eu tentava entender o que estava acontecendo. Não conseguia compreender o que o pastor estava tentando me dizer. Ele gritava que eu era uma perturbada, "endemoniada" ele disse, "Você enganou a todos" , "você não é quem eu pensei que fosse".  Depois de uns dez minutos sem entender o que estava acontecendo, percebi que havia um papel na mão dele, o pastor apontava para aquele papel e ficava ainda mais nervoso. Reparei melhor no papel e percebi que era o currículo do Flávio. Por que o pastor Diogo estava com aquele currículo em mãos? Afinal o que estava acontecendo? O que eu fiz, ou o que o pastor acha que eu fiz?  Eu estava segurando para não chorar, tudo estava dando errado pra mim, e eu não sabia o por que. O que eu tinha feito? 

- Drika, não vai se defender? Não vai dizer nada. Estou te dando uma chance de se explicar. 
- Mas pastor Diogo, eu juro que não fiz nada de errado! Por favor, acredite em mim. 

Foi quando eu ele explicou o que estava acontecendo. A Gabi ao ver o currículo do Flávio, viu meu endereço lá, como sendo o endereço dele, e logo deduziu que ele estava morando comigo. Quando ela contou isso para o pastor ele ficou furioso, na cabeça dele tínhamos caído em pecado, estávamos vivendo juntos, vivendo em pecado. Mas eu não tive forças para explicar o mau entendido, e do que adiantaria? eu já não era mais obreira mesmo. Fiz força para dizer algo mais as palavras não saiam da minha boca, eu só conseguia chorar. Só conseguir abaixar a cabeça e dizer "posso ir embora agora?". Nem esperei o pastor responder e fui embora, fui correndo para casa, queria desesperadamente colocar minha cabeça no travesseiro e chorar, só chorar. Porque as pessoas sempre esperam o pior de mim? Sempre esperam que eu tenha feito algo errado? Uma raiva foi crescendo dentro de mim, raiva das pessoas, do julgamento das pessoas, elas estavam sendo cruéis de mais comigo, e eu já não tinha forças mais pra fingir que estava tudo bem. Cansei de fazer tudo certo, de fazer tudo por todo mundo e no final das contas só me dar mau. Prometi pra mim mesma naquele momento que nunca mais seria boba, que nunca mais deixaria ninguém se meter na minha vida.

CONTINUA... 

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