terça-feira, 28 de outubro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 30

As coisas pareciam que não iam se acertar para mim nunca, eu não me lembrava mais o que era ter paz. Sempre que eu ia na igreja eu ouvia o pastor falando em perdão, da misericórdia de Deus e sobre se concertar com Deus e voltar a pratica das primeiras obras. Na verdade eu já sabia de tudo isso, mas o que eu não conseguia entender era onde eu deveria mudar. Eu não me considerava estar vivendo em pecado, não tinha me prostituído, me embriagado, mentido ou roubado. Estava vivendo a minha vida exatamente como antes.  Então em que eu deveria mudar? Em que eu deveria me concertar pra conseguir ter minha salvação novamente, para ter paz? O que eu precisava para ter um encontro com Deus?


Eu costumava frequentar um curso de inglês todas as segundas feiras, o curso ficava próximo de um famoso shopping no centro da cidade, mas eu quase nunca frequentava lá. Nesta segunda o professor faltou e não teria aula, mas eu não poderia ir embora para casa, pois mais tarde pretendia encontrar com o paulo na igreja, que ficava lá próximo. Então resolvi ir ao shopping tomar um capucino, era minha bebida preferida, e me lembrava do primeiro encontro com o Flávio, e naquele dia a lembrança do Flávio parecia estar ainda mais forte.

Logo no começo do meu namoro com o Flávio, a Mariana já começou a namorar outro pastor, e a noticia que eu tinha era que ela estava noivae com o casamento marcado. O que na época me deixou mais tranquila, quanto ao fato de eu de certa forma ter sido a culpada do rompimento dela com o Flávio. Mas naquela segunda feira ao entrar na praça de alimentação do shopping me deparo com uma cena que me deixo estarrecida. A Mariana estava ao beijos com o Gustavo. Gustavo era um antigo namorado dela, da época da escola, antes mesmo dela se converter, e ele não era convertido, tinha um estilo esqueitista, com alargador na orelha e tatuagens pelo corpo. Quando vi não entendi o que estava acontecendo, então resolvi chegar mais perto para ter certeza de que realmente era a Mariana, num impulso quase natural peguei meu celular e tirei uma foto dos dois. E depois fui embora antes que ela conseguisse me ver.

Mais tarde ao encontrar com o Paulo, ele me orientou a não me meter nesta história, que eu sairia como fofoqueira e mais uma vez todos se virariam contra mim. Diriam que eu só fiz isso por ciumes do Flávio, ou dor de cotovele. A princípio concordei com o Paulo, mas aquilo me encomodou por semanas. A Mariana era noiva de um pastor e estava prestes a se casar, ficar omissa quanto aquela situação seria ser cúmplice, e ela poderia arruinar o ministério do noivo dela se ela se cassasse com ele.

CONTINUA...

3 comentários: